"Arrepiante até para mim que contraí poliomielite com 14 meses de idade, demonstra que ainda não vivi nem vi tudo...
Sabes Inês Major, neste jardim à beira mar plantado também temos muitos Nick Vujicic e Bethany Hamilton, vou falar-te de um amigo meu:
O César Lopes foi vítima de um acidente de carro há 22 anos, que o deixou tetraplégico. Brutalmente viu a sua vida "interrompida" mas, surpreendentemente e como um guerreiro tenaz não baixou os braços porque, afinal como muitas vezes e erradamente pensamos a sua vida não foi interrompida, sofreu uma profunda mudança, isso sim!
Este querido amigo, que vive numa linda terra do interior de Portugal, o Marvão, onde luta todos os dias por melhores acessibilidades, participa em palestras sensibilizando jovens para a questão das diferenças, contribuindo grandemente e de forma nobre no processo de educar para a cidadania, aceitou a sua diferença e vive, vive contrariando o estado de vegetação a que muitos "normais" se entregam.
Pergunto, ele é deficiente?
Atrevo-me a dar a resposta: Não!!!
Deficiente é quem fica em casa, demitindo-se das suas responsabilidades como cidadão e muitas vezes recusando aceitar uma coisa que todos nós temos enquanto indivíduos: A DIFERENÇA! Não somos todos diferentes? Claro que sim!
Outra pergunta: Quantas pessoas, cada um de nós conhece, que assumem este comportamento?
Atrevo-me, outra vez, a dar a resposta: Mais do que deveríamos alguma vez ter conhecido!
Agora divulgo um pouco da conversa que tivemos ontem (desculpa César, mas tenho a obrigação de o fazer e sei que o entendes).
O César, no dia em que o conheci, demonstrou uma vontade enorme para vir surfar connosco, tive de me conter para não deixar correr as lágrimas perante aquele homem de tamanho porte e tamanha coragem. A muito custo consegui e interiorizei como minha obrigação dar o couro, se necessário for, para conseguir uma prancha especial, que trago gravada na minha cabeça, para poder levar os César(es) que por aí estão esquecidos, sim é preciso gritar bem alto que há por aí muitos César(es) esquecidos e fechados em casa sem qualquer apoio!
Retomando a conversa, o César com a sua serenidade disse-me, "Carlos há 22 anos que não molho os pés na água do mar..., gostava muito de surfar contigo!"
Desta vez, perante o mesmo gigante detentor de uma coragem imensa, não consegui nem quis travar as lágrimas, é verdade meu amigo, ontem chorei atrás do computador que me ocultava o rosto! Chorei ontem e vou chorar no dia em que conseguir a raça da prancha que te vai levar, em conforto e segurança, a sentir o que eu sinto todas as vezes que apanho uma onda, e quero ouvir da tua boca a descrição desse primeiro momento.
Peço-vos que partilhem este post até à exaustão e nem preciso de vos explicar a razão do meu pedido...
Uma vez que estou em maré de pedir e porque me ensinaram que quando pedimos devemos pedir muito, vou ser garganeiro e pedir-vos que se juntem a mim na promessa que fiz aos César(es) e me ajudem a conseguir aquela prancha que vai arrancar uma boa tonelada de sorrisos a estes rostos "escondidos""
Estas palavras são de uma pessoa que conheci a cerca de 72 horas e já me ensinou tanto
Obrigada pela lição de vida
http://www.youtube.com/watch?v=eBLuRDqu584&feature=share
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